21 de março de 2014

Carro Usado – Uma Opção Viável

Na publicação anterior, vimos como é formado o preço final de um veículo na hora da compra onde, no valor que nós pagamos, estão inseridos os custos de produção, os impostos e a margem de lucro das montadoras. Vimos também que os preços praticados no Brasil são os maiores do mundo em virtude da alta carga tributária (podendo chegar a 40%) e a margem de lucro elevada das montadoras (10% em média). Clique aqui para ver a matéria.

Em função desse cenário, adquirir um carro novo por aqui é uma tarefa para quem tem recursos ou para quem não se importa em pagar um financiamento, com taxas elevadas e longo prazo.

Nesse cenário, uma opção mais interessante é a aquisição dos veículos semi-novos. Mas o que é um veículo semi-novo?

Um veículo semi-novo é aquele veículo em perfeito estado de conservação, com todas as revisões realizadas dentro do prazo, com quilometragem relativamente baixa para o ano do carro e que esteja com a garantia de fábrica vigente. Ou seja, um veículo em perfeitas condições de rodagem.

No mercado nacional, um veículo desvaloriza em média entre 14 a 20% no primeiro ano de uso, entre 10 a 15% no segundo ano e a partir do terceiro ano, a taxa de desvalorização reduz para próximo de 10%. Então, levando-se em consideração esses números, um veículo com dois anos de uso, poderá ter uma desvalorização de até 30%, dependendo do modelo, o que é bastante interessante, pois se usarmos a média nacional de 10 mil quilômetros rodados por ano, teremos um veículo com 20 mil km rodados, o que pode ser considerado como um carro bem novo.

Porém, independente se você está comprando um veículo novo ou semi-novo, existe uma série de fatores que podem e devem influenciar na hora de decidir por um modelo específico. Vou apresentar os principais fatores que devem ser levados em consideração antes de assinar o cheque e transformar uma alegria em dor de cabeça.

Está comprando o carro pela razão ou pela emoção?
Essa é a primeira pergunta que se deve fazer para decidir uma compra. Não adianta o carro dos seus sonhos ser um esportivo se você tem uma família para transportar. Ou então comprar um utilitário e a garagem da sua residência só comporta veículos compactos. Então, na hora da escolha, pare e pense se o veículo irá atendê-lo da melhor forma possível.

Quanto custa a manutenção básica do veículo?
Quando falamos em manutenção básica, estamos citando a manutenção recomendada pelo fabricante. Essa informação encontra-se no manual de serviços do carro. Normalmente é realizada a cada 10.000 km ou 1 ano, o que ocorrer primeiro, porém algumas empresas exigem a revisão periódica a cada 5.000 km ou 6 meses. Desta forma, é importante saber quanto custa cada revisão periódica antes de decidir pela compra, pois pode acontecer de você comprar um veículo barato com o custo de manutenção elevado.

Quanto custa a cesta básica de peças?
Diferentemente do que se imagina, a cesta básica de peças não engloba aquelas peças de reposição em caso de colisão (ex: para-choques, lanternas, etc.). A cesta básica de peças engloba amortecedores, correias, tensores, filtros, óleos e fluidos, velas de ignição, pastilhas, lonas e discos de freio, pneus, ou seja, peças de desgaste natural.
Carros populares normalmente possuem o custo da cesta básica de peças mais em conta em relação a veículos de categoria superior, porém, como toda regra, há exceções. Faça uma pesquisa nas autorizadas e nas lojas independentes a respeito do preço dessas peças antes de se decidir pela compra do veículo. Verifique também quanto custa a mão-de-obra para substituição desses componentes. Há uma grande variação de custos em função do grau de dificuldade de execução de um determinado serviço. Se o veículo escolhido for um compacto, há grande possibilidade de a mão-de-obra ser mais cara, pois os espaços para a execução dos serviços é menor. Lembre-se de dar preferência a peças genuínas ou originais. Clique aqui para saber mais a respeito.

Qual será o uso principal do veículo?
Se você está comprando um carro para trabalho, dê preferência a veículos que são reconhecidamente próprios para esse tipo de uso. Uma boa dica é perguntar a taxistas sobre o carro em que eles estão usando atualmente. Eles irão te dizer todas as vantagens e desvantagens do carro, pois rodam em média 200 km por dia, o que é considerado uma km elevada.

O carro está com seus acessórios originais?
Carros personalizados, além de desvalorizarem com mais intensidade, também demandam maiores custos. Um exemplo é a instalação de rodas maiores, que demandam pneus grandes, o que eleva o custo de manutenção.
Caso os acessórios tenham sido instalados em autorizadas, pode até haver uma negociação no preço do carro, mas normalmente a instalação desses equipamentos não altera o valor final do veículo.

Fazendo uma verificação desses itens acima apresentados, as chances de se comprar uma “bomba” diminuem consideravelmente. Caso ainda esteja em dúvida, não se preocupe em gastar um pouquinho para levar o carro a uma oficina especializada ou a um consultor. Um pequeno valor na inspeção prévia do veículo poderá economizar grandes quantias de dinheiro com reparos que ficam ocultos para a maioria dos consumidores.

Para maiores informações, entre em contato pelo formulário da página ou envie um e-mail para fbbarbuto@gmail.com.


20 de março de 2014

Carro Novo – Uma Ilusão

Uma das decisões mais complicadas que um consumidor precisa tomar é em relação à compra de um veículo novo, pois as opções são muitas no nosso mercado, com preços e produtos cada vez mais parecidos e, ao mesmo tempo diferenciados. Infelizmente em nosso país, o preço dos carros novos está muito distante da realidade da grande maioria da população. O mesmo veículo é vendido em outros países pela metade do preço dos veículo aqui.

Mas porque que o carro no Brasil é tão caro?

Existe 3 componentes básicos para a formação de preços de um produto, seja ele um carro ou um eletrodoméstico: custo de produção, impostos e margem de lucro. Vamos destrinchar esses 3 componentes para entendermos o que ocorre em nosso mercado interno.

1) Custo de Produção
O custo de produção pode ser subdividido em outros itens:
- custos da matéria-prima, principalmente o aço, que  é o componente mais consumido na fabricação de um veículo;
- custos operacionais fixos, como energia elétrica, mão-de-obra, pesquisa e desenvolvimento e marketing;
- custos variáveis, como bônus aos funcionários, férias coletivas, etc.

2) Impostos
São as tarifas embutidas no valor dos produtos (ex: IPI, PIS, COFINS, ICMS, etc.). Esses impostos são fixos, podendo haver uma pequena redução das alíquotas em virtude de pacotes econômicos lançados pelo governo para incentivar o consumo.

3) Margem de lucro
É o quanto de dinheiro que irá sobrar (lucro) depois de deduzidas todas as despesas pagas na cadeia de produção e comercialização do veículo.

Agora que sabemos como é composto o preço final de um veículo, e que essa métrica é utilizada em todo o mundo, então vamos voltar à pergunta anterior: porque que o carro no Brasil é tão caro?

Simples: o Brasil é o país que possui as maiores alíquotas de impostos no mundo. Vamos aos números.

Em países desenvolvidos, a carga de impostos no preço final dos veículos fica entre 6 e 16%. No Brasil, pagamos 32% de impostos e, em alguns casos como os importados, a alíquota pode chegar a 38%, considerando os impostos de importação.

Mas então, o vilão é o imposto alto? Negativo. Também para ajudar a incrementar o valor final, temos a margem de lucro, que fica entre 3% a 5% nos países desenvolvidos. No Brasil, a margem de lucro está em 10%, ou seja, o dobro da praticada no mundo.

Em compensação, temos os custos de produção, que ficam entre 80% e 91% nos países desenvolvidos. No Brasil, os custos de produção estão em 58%, ou seja, quase a metade em relação ao resto do mundo.

O gráfico abaixo demonstra claramente os números apresentados:


Não à toa, as montadoras estão voltando os seus negócios para o Brasil, com abertura de fábricas e novos pontos de atendimento. No resto do mundo, as montadoras amargam prejuízos ano após ano, enquanto que no Brasil, os lucros são cada vez maiores. Atualmente, os lucros gerados no Brasil tem sido responsáveis por diversas empresas não irem à falência.

Infelizmente, a política tributária brasileira, somada à ganância por lucros altos, inviabiliza a aquisição de um veículo novo pela maioria da população. Ainda assim, as vendas de carros novos no Brasil batem recordes ano após ano. Isso demonstra que o brasileiro não se importa em consumir boa parte de suas economias para adquirir um carro zero km.

Essa mentalidade precisa ser revista no médio prazo, pois a facilidade de aquisição de crédito está elevando o nível de endividamento do brasileiro a patamares nunca antes vistos, o que pode gerar problemas econômicos em um curto prazo.

Para maiores informações, entre em contato pelo formulário da página ou envie um e-mail para fbbarbuto@gmail.com.

3 de março de 2014

Peças Automotivas - Genuínas, Originais ou Paralelas?

Todo bom proprietário de automóvel, além de saber dirigir de forma segura e correta, precisa também saber manter seu veículo em condições ideais de rodagem. Para isso, é fundamental que a manutenção do veículo esteja em dia, respeitando os prazos de parada para os serviços especificados pelo fabricante, com a substituição periódica dos componentes de desgaste natural.

Entretanto, na hora de fazer as devidas revisões, muitos acabam se assustando com o valor cobrado nas concessionárias pelas peças. A alegação corriqueira é que as peças fornecidas nas concessionárias são genuínas, o que eleva o custo destas. Mas será que essa justificativa é realmente plausível?
No mercado atualmente temos 3 tipos de peças: GENUÍNAS, ORIGINAIS e PARALELAS. Tal diversidade pode trazer confusão àqueles que não estão familiarizados com os procedimentos de manutenção automotiva.

Todo veículo, quando projetado pela montadora é acompanhado de uma listagem de peças que serão aplicadas e seus respectivos fornecedores, pois a montadora, como o próprio nome diz, somente monta os veículos que ela projeta, ficando a fabricação das peças a cargo dos fornecedores homologados, de acordo com o especificado no projeto. Após a aprovação do projeto, as montadoras enviam as especificações aos seus fornecedores, que por sua vez fabricam as peças e fornecem de volta às montadoras.

Sendo assim, vamos explicar as diferenças entre as peças e desvendar alguns mitos com relação às peças que estão disponíveis no mercado.

GENUÍNAS
São as peças fornecidas exclusivamente pelas concessionárias. Desta forma, são fornecidas por fabricantes homologados pelas montadoras. Essas peças são facilmente reconhecidas, pois trazem o logotipo da montadora.

ORIGINAIS
São exatamente as mesmas peças fornecidas para as montadoras e concessionárias, porém são comercializadas pelo mercado geral de auto-peças. Essas peças são facilmente reconhecidas, pois, diferentemente das genuínas, NÃO trazem o logotipo da montadora.

PARALELAS
São as peças fabricadas por um fornecedor não homologado pela montadora. São comercializadas exclusivamente pelo mercado independente de auto-peças. Como a peça paralela não é homologada pela montadora, os custos normalmente são bem menores.

Como já apresentamos as diferenças entre as peças genuínas, originais e paralelas, vamos agora desvendar alguns mitos e verdades a respeito de qual delas se deve aplicar nos veículos:

As peças GENUÍNAS são mais caras, pois são testadas exaustivamente pelas montadoras, que garantem a sua qualidade.
MITO. As peças originais e genuínas são fabricadas pelo mesmo fornecedor, ou seja, o controle de qualidade é feito pelo fabricante que é homologado pela montadora, então não há diferença de qualidade entre estas peças. A única diferença é que, como dito anteriormente, as peças genuínas recebem a logo da montadora, o que indica que existe uma linha de montagem exclusiva para a montadora, em virtude dos pedidos em grande escala.

Aplicar peças ORIGINAIS ou PARALELAS acarreta a perda de garantia do veículo.
VERDADE. Infelizmente essa é a política praticada pelas montadoras e concessionárias no Brasil. Para que a garantia possa estar em vigor, todos os serviços devem ser realizados em concessionárias, o que prende o consumidor pelo menos até o fim da garantia. Em função dos altos preços praticados nessa situação, normalmente os consumidores procuram oficinas independentes após o fim da garantia.

As peças PARALELAS são mais baratas, pois não possuem a mesma qualidade das demais. 
"VERDADE". Coloquei o "verdade" entre aspas, pois como toda regra há exceções. Existem algumas peças (ex: pastilhas de freio) que podem funcionar melhor do que as originais/genuínas. Porém não recomendo que se teste peças paralelas em componentes de segurança. Dê preferência a componentes que não irão influenciar na segurança ativa (ex: limpadores de para-brisa), pois caso falhem, não irão colocar os passageiros em risco. Procure se informar sobre o fabricante e com pessoas que já utilizaram para colher informações mais precisas.

Independente se a peça é original, genuína ou paralela, utilize-a de acordo com o estipulado pelo fabricante. Em hipótese nenhuma, instale peças com especificações diferentes, pois pode acarretar na quebra do veículo e sérios riscos aos ocupantes.

Um exemplo típico é o óleo do motor. Cada veículo possui uma especificação de viscosidade em função das cargas aplicadas, da potência e regime de rotações do motor. Dessa forma, siga sempre a periodicidade e a especificação SAE informada pela montadora. A mesma coisa para pneus, pois deve-se instalar os pneus com as mesmas medidas do original, não necessariamente da mesma marca. 

Seguindo essas dicas, será muito mais simples e barato manter o seu veículo com a manutenção em dia, sem maiores dores de cabeça e com condições ideais de rodagem.

Espero que essas informações possam ajudá-los a manter os veículos em condições ideais e evitar uma surpresa desagradável. Para maiores informações, entre em contato pelo formulário da página ou envie um e-mail para fbbarbuto@gmail.com.