Na publicação
anterior, vimos como é formado o preço final de um veículo na hora da compra onde,
no valor que nós pagamos, estão inseridos os custos de produção, os impostos e
a margem de lucro das montadoras. Vimos também que os preços praticados no
Brasil são os maiores do mundo em virtude da alta carga tributária (podendo
chegar a 40%) e a margem de lucro elevada das montadoras (10% em média). Clique aqui para ver a matéria.
Em função desse
cenário, adquirir um carro novo por aqui é uma tarefa para quem tem recursos ou
para quem não se importa em pagar um financiamento, com taxas elevadas e longo
prazo.
Nesse cenário, uma opção mais interessante é a aquisição dos veículos semi-novos. Mas o que
é um veículo semi-novo?
Um veículo
semi-novo é aquele veículo em perfeito estado de conservação, com todas as
revisões realizadas dentro do prazo, com quilometragem relativamente baixa para
o ano do carro e que esteja com a garantia de fábrica vigente. Ou seja, um
veículo em perfeitas condições de rodagem.
No mercado
nacional, um veículo desvaloriza em média entre 14 a 20% no primeiro ano de
uso, entre 10 a 15% no segundo ano e a partir do terceiro ano, a taxa de
desvalorização reduz para próximo de 10%. Então, levando-se em consideração
esses números, um veículo com dois anos de uso, poderá ter uma desvalorização
de até 30%, dependendo do modelo, o que é bastante interessante, pois se
usarmos a média nacional de 10 mil quilômetros rodados por ano, teremos um veículo
com 20 mil km rodados, o que pode ser considerado como um carro bem novo.
Porém, independente
se você está comprando um veículo novo ou semi-novo, existe uma série de
fatores que podem e devem influenciar na hora de decidir por um modelo
específico. Vou apresentar os principais fatores que devem ser levados em
consideração antes de assinar o cheque e transformar uma alegria em dor de
cabeça.
Está comprando o carro pela razão ou
pela emoção?
Essa é a primeira
pergunta que se deve fazer para decidir uma compra. Não adianta o carro dos
seus sonhos ser um esportivo se você tem uma família para transportar. Ou então comprar um utilitário e a garagem da sua residência só comporta veículos
compactos. Então, na hora da escolha, pare e pense se o veículo irá atendê-lo
da melhor forma possível.
Quanto custa a manutenção básica do veículo?
Quando falamos em
manutenção básica, estamos citando a manutenção recomendada pelo fabricante. Essa
informação encontra-se no manual de serviços do carro. Normalmente é realizada
a cada 10.000 km ou 1 ano, o que ocorrer primeiro, porém algumas empresas exigem
a revisão periódica a cada 5.000 km ou 6 meses. Desta forma, é importante saber
quanto custa cada revisão periódica antes de decidir pela compra, pois pode
acontecer de você comprar um veículo barato com o custo de manutenção elevado.
Quanto custa a cesta básica de peças?
Diferentemente do
que se imagina, a cesta básica de peças não engloba aquelas peças de
reposição em caso de colisão (ex: para-choques, lanternas, etc.). A cesta básica
de peças engloba amortecedores, correias, tensores, filtros, óleos e fluidos,
velas de ignição, pastilhas, lonas e discos de freio, pneus, ou seja, peças de
desgaste natural.
Carros populares
normalmente possuem o custo da cesta básica de peças mais em conta em relação a
veículos de categoria superior, porém, como toda regra, há exceções. Faça uma
pesquisa nas autorizadas e nas lojas independentes a respeito do preço dessas peças antes
de se decidir pela compra do veículo. Verifique também quanto custa a
mão-de-obra para substituição desses componentes. Há uma grande variação de
custos em função do grau de dificuldade de execução de um determinado serviço. Se
o veículo escolhido for um compacto, há grande possibilidade de a mão-de-obra
ser mais cara, pois os espaços para a execução dos serviços é menor. Lembre-se
de dar preferência a peças genuínas ou originais. Clique aqui
para saber mais a respeito.
Qual será o uso principal do veículo?
Se você está comprando
um carro para trabalho, dê preferência a veículos que são reconhecidamente
próprios para esse tipo de uso. Uma boa dica é perguntar a taxistas sobre o
carro em que eles estão usando atualmente. Eles irão te dizer todas as
vantagens e desvantagens do carro, pois rodam em média 200 km por dia, o que é
considerado uma km elevada.
O carro está com seus acessórios originais?
Carros personalizados,
além de desvalorizarem com mais intensidade, também demandam maiores custos. Um
exemplo é a instalação de rodas maiores, que demandam pneus grandes, o que
eleva o custo de manutenção.
Caso os acessórios tenham
sido instalados em autorizadas, pode até haver uma negociação no preço do
carro, mas normalmente a instalação desses equipamentos não altera o valor
final do veículo.
Fazendo uma
verificação desses itens acima apresentados, as chances de se comprar uma “bomba”
diminuem consideravelmente. Caso ainda esteja em dúvida, não se preocupe em
gastar um pouquinho para levar o carro a uma oficina especializada ou a um consultor.
Um pequeno valor na inspeção prévia do veículo poderá economizar grandes
quantias de dinheiro com reparos que ficam ocultos para a maioria dos
consumidores.
Para maiores informações, entre em contato pelo formulário da página ou envie um e-mail para fbbarbuto@gmail.com.
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