1 de julho de 2014

Segurança Veicular - Parte 3 - Freios ABS

Nas matérias anteriores sobre segurança veicular, falamos sobre os testes de impacto e os cintos de segurança. Vimos que os testes de impacto foram criados para que os engenheiros das montadoras pudessem estudar as deformações que ocorrem nos veículos após uma colisão e, assim, desenvolver carros cada vez mais seguros.

Também vimos que os cintos de segurança são o principal equipamento de segurança existente em um veículo, sendo o seu uso fundamental para a segurança dos passageiros.

Na terceira parte da nossa matéria, vamos falar sobre um sistema de segurança ativa, ou seja, dispositivos ou equipamentos instalados no veículo que agem para evitar acidentes: os FREIOS ABS.

História
A sigla ABS significa Anti-lock Breaking System, ou Sistema de Frenagem Anti-Travamento. Como o próprio nome diz, o sistema ABS evita a travagem total das rodas em uma frenagem de emergência.

Localizada no painel, existe a luz indicadora de
funcionamento ou anomalia no sistema de ABS


Os primeiros sistemas ABS foram desenvolvidos inicialmente para a frenagem de aviões, devido à necessidade destes pararem sem o travamento das rodas, o que poderia causar um acidente de proporções desastrosas. Um sistema primitivo de frenagem totalmente mecânico foi introduzido na década de 1950 e ainda é utilizado em alguns modelos de aeronaves.

Princípio Básico de Funcionamento
O conjunto do freio ABS é controlado por uma central eletrônica, que controla a rotação de cada roda através dos sensores de rotação. Através destes sensores a central compara a velocidade de cada roda com a velocidade do veículo. O ABS é ativado quando a rotação da roda diminui em relação á velocidade do carro (frenagem de emergência).
Na frenagem de emergência, os sensores enviam sinais e a central diminui a pressão, aliviando os freios, evitando que as rodas travem totalmente.
Desta forma, o controle do veículo permanece à mão numa situação de perigo, permitindo que o condutor possa ter a oportunidade de evitar um acidente.
Como dito anteriormente, o ferio ABS é um componente de segurança ativa no veículo. Desta forma, depende da atuação do motorista para que seja eficiente. Vamos apresentar agora algumas carcterísticas de funcionamento e utilização desse componente.

Por que o ABS é mais eficiente?
Em veículos que não possuem freios ABS, a probabilidade de travamento das rodas em uma frenagem emergencial é máxima, pois o motorista age por instinto, acionando com a maior força possível o pedal de freio. Tal situação se agrava, pois o motorista normalmente também aciona o pedal da embreagem, inviabilizando a atuação do freio motor, diminuindo ainda mais a eficiência da frenagem.

Quando as rodas travam, o controle do veículo torna-se impossibilitado. Sendo assim, o ato de esterçar o volante para tentar desviar torna-se inútil, pois com as rodas travadas, o veículo fica totalmente instável, podendo inclusive rodar e sair totalmente de trajetória. Além disso, a distância de frenagem aumenta, pois o atrito cinético entre os pneus e o piso é menor do que o atrito estático. Essa situação é mais grave no caso de piso molhado, por exemplo, em decorrência de chuvas.

Então o freio ABS evita o travamento das rodas?
Não. Pode parecer incoerente dizer isso, mas é equivocado pensar que o freio ABS evita o travamento das rodas. Vamos explicar.

Voltando ao exemplo da frenagem emergencial sem ABS, o acionamento contínuo do pedal do freio ocasiona o travamento das rodas. Essas só serão liberadas se o motorista aliviar a pressão no pedal do freio, o que só acontece com motoristas muito experientes ou pilotos, que estão treinados e acostumados com essa manobra de acionar o pedal do freio ciclicamente. Essa manobra se chama threshold breaking.

O que o ABS faz é justamente acionar e liberar o freio a uma frequência bem alta. Desta forma, ocorre pequenos travamentos quase imperceptíveis. Esse fenômeno é percebido pelo motorista, pois o pedal do freio vibra conforme o funcionamento do sistema, o que é perfeitamente normal e esperado.

Como o travamento linear e constante das rodas é substituído por pequenos travamentos cíclicos, devido à alta frequência desse fenômeno, os pneus continuam girando, o que permite ao motorista o controle do veículo e a possibilidade de desvio controlado de trajetória.


Frenagem de emergência com e sem ABS


Vamos ver no vídeo abaixo o funcionamento na prática do sistema de freios ABS. Apesar de estar em inglês, o vídeo é bem didático.




A partir de 2014, todos os veículos produzidos no Brasil passaram a contar com o sistema de freios ABS de série. Com isso, espera-se que o número de acidentes possa ter uma redução, pois o sistema ABS tem sido bastante eficaz nessa redução.

Até a próxima.

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